A NERC - Associação Empresarial da Região de Coimbra apresentou em conferência de imprensa, a 14 de março, as conclusões do Inquérito Empresarial à Região de Coimbra.
CONCLUSÕES INQUÉRITO EMPRESARIAL À REGIÃO DE COIMBRA
A NERC realizou um Inquérito Empresarial à Região de Coimbra onde foram abordados aspetos de interesse para uma análise da aplicação de fundos e para uma perspetiva do investimento empresarial na Região.
60% das empresas nunca beneficiaram de qualquer tipo de apoio comunitário e 48% indicou que não existe informação suficiente sobre os apoios comunitários.
Atividade das empresas
No que respeita à atividade das empresas, a tendência geral é para um crescimento sustentado em 51% dos casos, verificando-se uma diminuição em apenas 19%.
Exportação
48 % das empresas tem atividade exportadora. Em 7% dos casos a exportação representa mesmo de 75 a 100% do volume de negócio.
Situação Financeira
Em 81% dos casos foi identificada uma situação financeira sólida.
Intenção de Investimento
85% das empresas declaram que estão e têm intenção de continuar a investir. As áreas de investimento mais citadas são a Formação, Marketing, Internacionalização e Investigação.
Acesso aos apoios
Contudo só 40% afirmam terem alguma vez beneficiado de apoios, e a tendência será para piorar pois apenas 36% têm intenção de se vir candidatar.
Constrangimentos ao acesso das empresas aos apoios
Quando se pergunta pelas razões do não acesso aos instrumentos de apoio, as respostas são consistentes:
- Obstáculos administrativos na apresentação das candidaturas
- Demora na análise das candidaturas – média citada entre 8 a 10 meses.
- Falta de quadros técnicos na CCDRC e nas instâncias nacionais impedem uma dinâmica de apoio “face-to-face” aos projetos das empresas sobrepondo-se as funções de fiscalização.
- A configuração dos Avisos não está direcionada para a operação económica obrigando sistematicamente a replanear e a desvirtuar os projetos de investimento.
- Critérios de acesso aos fundos são focados em grandes empresas e empregadores.
A este respeito refira-se como exemplo que 68% dos projetos de apoio à I&DT são reprovados por condições de elegibilidade, sem passarem a uma análise de mérito, em clara contradição com a descriminação positiva que deveria derivar da RIS3.
Impacto das políticas públicas de emprego
No que toca ao impacto das políticas públicas de emprego o panorama é semelhante. Tratando-se de empresas com estrutura de emprego estável, onde em 41% dos casos se verifica um aumento sustentado do quadro de pessoal, em 48% dos casos nunca recorreram a qualquer apoio à contratação
Parques Empresariais
Apenas 10% das empresas considera que os Parques Empresariais estão dimensionados para o desenvolvimento económicos e para as necessidades das empresas.
Há que dar uma especial atenção a:
- Desburocratização do licenciamento
- Planeamento integrado das Zonas Empresariais para aproveitamento das sinergias entre as empresas
- Benefícios fiscais para a localização em ZI do interior
Atração do Investimento
A NERC verificado dificuldades no apoio a processos de investimento estrangeiro sentindo-se a falta neste domínio de uma estratégia para a Região, concretamente de projetos estruturantes alinhados com a RIS3.
Preocupações relevantes
Integração da Região de Coimbra no contexto das infraestruturas de comunicação
Rede regional de vias de comunicação deficitária e em mau estado: Conclusão do IC6; Porto da Figueira da Foz; Requalificação da Linha da Beira Alta/ligação a Espanha; Metro Mondego; Autoestrada Coimbra-Viseu.
Apoio à criação de empresas
Coimbra é a única capital de Distrito onde desapareceram mais empresas do que as que foram criadas. Realçando-se a necessidade de atração de investimento nacional e estrangeiro que qualifique a Região de Coimbra, nomeadamente de uma estratégia para a sua dinamização de infraestruturas existentes (exemplo: iParque).