Os novos termos de fusão prevêem, em vez da incorporação da PT na Oi, a unificação da base accionista. Associações defendem que accionistas devem aprovar acordo.
A Portugal Telecom (PT) terá de convocar uma nova assembleia-geral de accionistas, ainda sem data prevista, para votar a redução de capital da operadora, um dos passos necessários no âmbito dos novos termos de fusão com a brasileira Oi.
O novo acordo de fusão prevê que, em vez da incorporação da PT na Oi, a combinação de negócios passe pela unificação da base accionista. Será, assim, necessária uma redução do capital da operadora para entregar aos accionistas 25,6% do capital da Oi.
"A proposta para a redução de capital da PT será preparada pelo ‘board' e submetida à aprovação dos accionistas no ‘timing' apropriado e numa assembleia-geral de accionistas realizada separadamente, a ser convocada especificamente para esse propósito e de acordo com o calendário compatível com a reorganização corporativa e a migração da CorpCo", lê-se no documento da associação internacional para accionistas e investidores, a Glass Wire, a que o Diário Económico teve acesso. Na sexta-feira, a consultora recomendou a aprovação dos termos do acordo da fusão.
A necessidade de reduzir o capital da PT já constava também da convocatória para a assembleia-geral de accionistas convocada para 8 de Setembro e que visa votar os novos termos da fusão depois do ‘default' de 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte. É nesta assembleia-geral que a Glass Lewis aconselha os accionistas a votar favoravelmente. Uns dias antes tinha sido a Institutional Shareholders Services (ISS) a recomendar a aprovação da proposta que será levada a assembleia-geral, segundo o relatório consultado pelo Económico.
Enquanto o conselho de administração prepara as soluções necessárias para avançar com a fusão, o novo presidente da PT Portugal, Armando Almeida, já começou a elencar as prioridades para a operação doméstica. Um novo plano para a empresa será apresentado em Novembro, como noticiou o Económico, onde as prioridades passam pelo "foco financeiro" e por uma atenção especial às PME.
Armando Almeida vai estar nas próximas cinco semanas num ‘roadshow' interno para conhecer a empresa. A agenda inclui reuniões com várias equipas, não só encontros com responsáveis das primeiras linhas ou administradores, como também trabalhadores com funções que possam dar "um testemunho transversal da operação".
O gestor, que assumiu funções como presidente da PT Portugal há cerca de três semanas, substituindo Zeinal Bava, presidente da Oi, elegeu como prioridades a entrega de valor aos accionistas, os clientes, a inovação, as PME e a cultura de empresa. Já o foco financeiro passa pela entrega de valor aos accionistas.
Fonte: Económico